Você já deve ter conhecido alguém — ou ser a própria pessoa — que foi ao nutricionista, saiu de lá com uma dieta montada e conseguiu segui-la à risca apenas nos primeiros dias. Foi por causa de situações assim que a Nutrição Comportamental surgiu e tem ganhado força: se a mente não fizer parte do processo, a possibilidade de um programa alimentar dar errado é enorme.
Ao contrário do que muita gente pensa, não é preciso travar uma guerra entre Nutrição e Gastronomia pra ser feliz e viver de forma saudável. A Nutrição Comportamental comprova o quanto a relação entre ser humano e alimentação envolve muito mais fatores do que a simples dieta a ser seguida.
Que tal saber mais sobre essa tendência para quem faz o curso de Nutrição? Vem com a gente!
O que é a Nutrição Comportamental?
Essa é uma das áreas da Nutrição que mais tem crescido nos últimos anos, uma vez que acompanha as mudanças na relação que as pessoas têm com a comida — algo que vem se tornando complexo. A ideia é analisar a pessoa pra mudar o comportamento dela diante da sua alimentação, considerando fatores emocionais, fisiológicos e sociais.
O método foi pensado pra desmistificar aquela ideia de que dieta significa comer pouco ou passar fome. A Nutrição Comportamental prega, além de uma alimentação balanceada e estrategicamente elaborada, a visão de que o foco não está no resultado, mas no processo diário de bem-estar que é gerado pela relação equilibrada com a comida.
Desse jeito, o paciente vai conseguir manter a sua dieta comportamental por muito tempo, já que ela está mais atrelada à reeducação alimentar e à mudança de hábitos do que uma prática restritiva e maçante. Como o psicológico é trabalhado de forma conjunta, essa linha ainda defende a aceitação do próprio corpo — sem neuroses com peso e medidas.
Como funciona na prática?
A abordagem da Nutrição Comportamental é muito bacana, né? Mas como é que o nutricionista consegue esse resultado contínuo com seus pacientes? Tudo começa pela desconstrução da imagem desse profissional: aquele que apenas prescreve dietas e receitas com base na constituição física das pessoas, com objetivo de emagrecimento ou ganho de peso.
Ainda que essas sejam variáveis necessárias em alguns quadros, como em pacientes com obesidade ou transtornos alimentares, a exemplo da anorexia, a Nutrição vai além disso. A boa alimentação reflete não só no corpo, mas na saúde mental, proporcionando mais disposição, aumento de produtividade, otimização da concentração etc.
Por isso, as matérias da faculdade de Nutrição da Pitágoras buscam outras formas de aplicar os conhecimentos, com essa visão mais humanizada e interdisciplinar pra atender de um jeito completo e que considere a complexidade da vida das pessoas. Além das medições e pesagens, o profissional também conversa com seu paciente pra entender quais problemas estão por trás de sua alimentação desalinhada.
Aconselhamento nutricional
Por meio dessas conversas, há o que chamamos de aconselhamento nutricional, que é quando o nutricionista investiga o histórico comportamental do seu paciente antes de passar um programa alimentar. Essa orientação é fundamental pra que a pessoa compreenda o que funciona como gatilho pra comer demais, de menos ou descontar determinados sentimentos no ato.
A consulta se transforma numa conversa aberta sobre as experiências em relação às refeições diárias, as principais dificuldades em seguir uma dieta balanceada, entre outros pontos que impulsionam a alimentação atual do paciente. Dessa maneira, por meio da comunicação e da prática clínica, os dois trabalham juntos, pra transformar essa realidade sem sofrimentos.
Mindful Eating
Uma técnica bem usada na Nutrição Comportamental é o Mindful Eating, que se baseia no conceito de Mindfulness — um tipo de meditação que promove a atenção plena no momento presente. A ideia é fazer com que a pessoa tenha total foco no que come durante as refeições. É um desafio em meio à rotina agitada, que faz com que muita gente almoce com o celular na mão ou diante do computador, por exemplo.
Quando foi a última vez que você sentiu a textura dos alimentos na boca? Que experimentou o sabor dos temperos e tentou descobrir o que foi utilizado na preparação do prato? E o cheiro da comida? Esses detalhes passam despercebidos quando comemos de forma desenfreada ou com pressa, o que atrapalha a percepção dos sinais internos de fome e saciedade.
Técnica do comer intuitivo
Ainda dá pra adotar outra metodologia da Nutrição Comportamental que propõe a autoanálise na hora de montar o prato ou de iniciar qualquer refeição. Antes de “comer com os olhos”, vale se perguntar qual é o tamanho real da sua fome. Isso faz com que a pessoa não caia na armadilha de confundir questões físicas com o emocional.
Sim, existe uma grande diferença entre essas duas sensações e, na maioria das vezes, as pessoas comem movidas por estresse, ansiedade, tristeza, raiva e até mesmo pela alegria. É também aquela famosa busca por algo para mastigar bem depois do almoço e outros gatilhos que sabotam a alimentação saudável e equilibrada. Outras perguntas também auxiliam.
- O que estou sentindo agora?
- Eu realmente preciso de um pedaço desse tamanho?
- Será que ainda estou com fome para repetir a refeição?
- Preciso comer uma caixa inteira de bombons para saciar o meu desejo, em vez de comer apenas uma ou duas unidades?
Essas e outras indagações ajudam a guiar os pensamentos do paciente, pra que ele reflita sobre sua alimentação no ato de comer. Essas percepções ainda podem ser melhor trabalhadas com outras técnicas, como a entrevista motivacional e a terapia cognitivo-comportamental, que trazem ferramentas de áreas da Psicologia pra prática nutricional.
Como se preparar pra atuar na área?
A Nutrição Comportamental cresce enquanto tendência porque promove a saúde das pessoas de uma forma muito mais enfática e completa. O movimento é importante também por mudar a concepção da sociedade em relação ao corpo, à alimentação e à saúde mental — aspectos totalmente interligados.
Por isso, a procura por nutricionistas comportamentais tem aumentado bastante, demandando do mercado mais profissionais especializados nessa área. Tanto é que esse profissional conta com boa empregabilidade e uma média salarial de R$ 2.938,91*, com um teto de R$ 5.456,57*. São valores atrativos, mas que podem aumentar conforme a sua atuação e demanda de pacientes.
Se você tem vontade de seguir essa profissão e achou essa vertente interessante, o primeiro passo é fazer um curso de Nutrição em uma faculdade de qualidade, na modalidade de ensino presencial ou semipresencial. Aqui na Pitágoras, vai ter contato com teoria e prática desde o início, e as disciplinas são voltadas à formação de um profissional realmente preparado pra realidade social e do mercado.
Além do mais, você pode conseguir boas oportunidades de emprego e estágio em Nutrição por meio do Canal Conecta (exclusivo para os nossos alunos). E a busca por capacitação não deve parar nem depois da conquista do diploma! A Nutrição Comportamental requer atualização constante, de modo que o paciente seja o maior beneficiado sempre.
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*Sujeito a alteração.